terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O Fadista

- Quem um dia não teve um cão? Todos nós não é mesmo. E uma coisa que chama a atenção é o nome que costumamos dar aos nossos bichinhos ou bichões. Os nomes de Piloto, Rex, Lobo, etc., são nomes comuns e não chamam a atenção. O ideal é colocar nomes diferentes, o meu pai por exemplo tinha uma cachorra que se chamada Cartaixa. Também é comum colocar nome de personalidades ou personagens de filmes. Eu conheci uma três cadelinhascofap” chamadas Frida, Loli e Madonna. Também um boxer chmado Sadam, um pitBull Rambo e recentemente um buldog chamado Obama. Outra mania é colocar o nome correspondente ao visual do bichinho, ou seja, se é preto, fica Pretinho, se é branco, Branquinho, se possui um pelo fofo, Fofinho. O importante é ter muito cuidado para que o nome do cão não nos faça para algum mico.

- Eu tinha um amigo que ganhou um cachorrinho peludo que colocou o nome de Fofinho, o que ficou uma gracinha pois combinava com a fofura do pelo e do tamanho do animalzinho. Porém o cãozinho cresceu e tornou-se um lindo e portentoso Colling. Um dia precisou leva-lo ao veterinário e já na sala de espera, ao lado de outras raças, tamanhos e nomes variados, surgiu o inevitável comentário: Oh! Que cachorro lindo, como se chama? O meu amigo envergonhado de chamar aquele elegante e grande animal de “Fofinho”, respondeu de pronto: chama-se Piloto. Logo chegou o veterinário à porta e chamou o próximo a ser atendido: - Agora é a vez do Fofinho, que pode passar, por favor. O meu amigo ainda mais envergonhado aguentou firme fazendo de conta que não era com ele, preferindo ser atendido por último a passar pelo vexame de ter que explicar a troca do nome.

- Mas não foi só o meu amigo que passou por este tipo de constrangimento. Lembro do meu primeiro cão que se chamava-se fadista. Isto mesmo, fadista. E por que fadista? É a origem lusitana, pois, pois... Português gosta de fado, logo, meu pai, teve a ideia de colocar o nome do pastor alemão de Fadista. Mas não pensem que isto foi aceito de forma pacifica. Eu e meus irmãos não queríamos de jeito nenhum, pois seria muito difícil explicar, aos nossos amigos e a quem se interessasse pelo nome do bonito cãozinho, a origem do nome fadista. E dito e feito, o cãozinho cresceu e logo nos acompanhava nas brincadeiras de rua e sempre tinha um que perguntava: como é o nome dele e nós logo dizíamos – Fadista. E logo se seguia a pergunta: Como, Fadista? Que nome! Da onde saiu este nome. Ai nós tínhamos que explicar blá, blá, blá... tudo de novo. Mas o cão cresceu e tornou-se um respeitado pastor alemão, forte, ágil, dócil, porém bravo com quem se atrevia a nos ameaçar.

- Lembro que as vezes eu simulava uma briga com algum amigo só para ver a sua reação. Ao perceber o perigo ele logo se lançava ao encontro do pretenso agressor, saltando e colocando as suas grandes patas junto ao pescoço da vítima até deita-la ao chão e após ficava rosnando e mostrando os dentes, ameaçando morde-lo, momento em que nós intervínhamos tirando-o logo de cima do vivente. Outra brincadeira que gostávamos de fazer era brincar de esconde-esconde. Nós o trancávamos em algum lugar, no jardim em frente a casa e trancávamos o portão, por exemplo, e nos escondíamos e após, alguém o soltava para nos procurar. Quem ele achasse primeiro saia fora da brincadeira e assim por diante até o último a ser achado que era considerado o vencedor. O Fadista era parceiro para todas as nossas brincadeiras acompanhando toda a nossa infância.

- Porém o Fadista tinha um irmão que nascera na mesma ninhada sua que se chamava Cidadão. Imaginem a polêmica em torno desse outro criativo nome. O meu avô, um portuga de sete costados não aceitava de modo nenhum o nome a argumentava: “Cidadão é uma pessoa distinta e jamais este adjetivo poderá ser dado como nome a a um cachorro”. Mas isto é assunto para outra história...

Um comentário:

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